Vale do Itajaí registra piores índices de violência contra a mulher
Estudo do TJSC destaca disparidades regionais e aponta necessidade de ações urgentes

A Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (Cevid/TJSC), elaborou, pela primeira vez, uma radiografia dos índices de violência contra a mulher no estado. Em 2023, foram registradas 120.611 ocorrências de violência contra mulheres, com 27% dos casos ocorrendo na região do Vale do Itajaí. 21% no Oeste, 16% na Grande Florianópolis, 15% no Norte, 15% no Sul e 6% na Serra.
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Portanto, com uma população estimada em 7.610.361 habitantes, segundo o Censo de 2022 do IBGE, o índice médio no estado foi de 15,84 crimes a cada mil pessoas.
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Necessidade de ações eficazes
“Esses dados apontam então, a necessidade urgente de medidas eficazes para combater e prevenir a violência de gênero contra as mulheres em todas as suas formas, por meio de ações integradas entre os órgãos que compõem a rede de enfrentamento das violências contra as mulheres do nosso estado“, destacou a coordenadora adjunta da Cevid, juíza de direito Naiara Brancher.
Para obter uma visão precisa, considerando as diferenças populacionais entre os 295 municípios catarinenses, o cálculo foi realizado com base em mil pessoas. Assim, a Cevid dividiu o total de casos de um município, região ou comarca pela população da área calculada e multiplicou o resultado por mil.
Com isso, a radiografia identificou os municípios, regiões e comarcas com os piores e melhores índices de violência contra a mulher.
Análise dos Dados
A Cevid utilizou registros de ocorrências fornecidos pela Secretaria de Segurança Pública (SSP/SC). O crime de ameaça apresentou o maior número absoluto, com 52.814 casos (43,79%). Em seguida, vieram os crimes de lesão corporal leve, com 24.934 ocorrências (20,67%); injúria, com 22.540 registros (18,69%). Além disso, difamação, com 7.644 casos (6,34%); e vias de fato, com 7.303 boletins (6,06%). Registraram 854 ocorrências de estupro (0,71%), 349 crimes de lesão corporal grave ou gravíssima (0,29%) bem como, 56 feminicídios (0,05%).
A comarca de Penha registrou assim o pior índice de violência contra a mulher, com 925 registros de crimes para uma população estimada de 33.663 pessoas, resultando em um índice de 27,48. Já o município de Riqueza, na comarca de Mondaí (Extremo Oeste), teve o pior índice entre todas as cidades, com 175 ocorrências para 4.768 habitantes. Resultando em um índice de 36,70.
Por outro lado, o município de Lajeado Grande apresentou o melhor índice, com duas ocorrências entre os 1.702 moradores (1,18).