Produtividade de milho cresce 40% e Santa Catarina bate recorde histórico
Tecnologia no campo e menor presença de pragas foram decisivas para o resultado recorde

A produtividade do milho em Santa Catarina teve um crescimento expressivo de mais de 40% na safra verão 2024/25, alcançando 9.717 quilos por hectare — a maior já registrada no estado. Mesmo com uma redução de 13% na área plantada, a produção total aumentou 23% em relação à safra anterior, consolidando o ciclo como o mais produtivo da história catarinense.
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Os dados constam no Boletim Agropecuário de abril, publicado pelo Observatório Agro Catarinense e pelo Infoagro.
Tecnologia e clima favoreceram o desempenho das lavouras
Segundo o analista Haroldo Tavares Elias, da Epagri/Cepa, o bom resultado é reflexo de práticas mais eficientes no campo. O uso intensivo de tecnologias agrícolas, aliado a um manejo qualificado e à menor presença da cigarrinha-do-milho, contribuiu diretamente para o desempenho. Além disso, o clima ajudou, com chuvas bem distribuídas e noites mais amenas, condições ideais para a fisiologia das plantas.
Produtividade do milho em SC: mercado teve alta nos preços, mas tendência é de recuo
No início do ano, o milho também apresentou valorização no mercado catarinense. Em março, a saca atingiu o valor médio de R$ 71,15, após aumento de 2,74% em relação a fevereiro — maior cotação dos últimos dois anos. Porém, com o avanço da segunda safra e melhora nas condições climáticas, os preços começaram a cair em abril.
Expectativa é de retomada gradual da área plantada
De acordo com Haroldo, o cenário atual pode estimular produtores a retomarem parte da área destinada ao milho, que vinha sendo substituída por culturas como a soja.
Se os preços se mantiverem atrativos, há chance de reverter a tendência de queda na área cultivada
afirma.
Com os resultados desta safra, Santa Catarina e Paraná se posicionam entre os estados mais produtivos do Brasil, com índices próximos aos dos Estados Unidos, referência mundial na produção de milho. Apesar dos bons números, estoques internos baixos, incertezas climáticas e o mercado internacional volátil devem manter os preços instáveis nos próximos meses.