Indústria catarinense deve ter crescimento modesto de 1,73% em 2025, aponta Fiesc
Cenário econômico desafia setor industrial; resultado contrasta com a expansão de mais de 7% registrada em 2024

O crescimento da indústria catarinense enfrentará desafios econômicos em 2025, com uma previsão modesta de 1,73%, conforme aponta o Boletim de Conjuntura da Federação das Indústrias de SC (Fiesc), divulgado nesta segunda-feira (3). O resultado contrasta com a expansão de mais de 7% registrada em 2024, influenciada por fatores que não devem ter o mesmo impacto positivo neste ano.
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Juros e câmbio preocupam industriais
O presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, destaca que a alta dos juros e a valorização do dólar afetam a confiança do setor.
O índice de confiança do empresário industrial tem refletido maior pessimismo, pois não se vislumbra uma solução de curto prazo para a taxa básica de juros. Além disso, há uma percepção generalizada de que o governo federal não está disposto a reduzir gastos
explica Aguiar.
Impacto do crédito e consumo reduzido
A elevação dos juros deve impactar setores dependentes de crédito, como o de bens de capital. O economista-chefe da Fiesc, Pablo Bittencourt, ressalta que a Selic, projetada para atingir 15% na segunda metade de 2025, pode resultar em uma queda significativa no saldo de crédito para a aquisição de bens.
Com essa condição, é provável que vejamos um resultado negativo a partir de junho
afirma Bittencourt.
Além disso, o crescimento mais moderado da renda familiar também é um fator de preocupação.
Juros altos e o aumento do endividamento das famílias devem reduzir o consumo, o que afeta setores como os de automóveis, de eletrodomésticos e têxtil e de confecções
analisa Bittencourt.
Crescimento da indústria catarinense precisa de adaptação
Para Aguiar, a resiliência da indústria catarinense será testada diante desse cenário adverso, exigindo ajustes para enfrentar as novas condições econômicas.
No âmbito internacional, as incertezas sobre possíveis políticas tarifárias anunciadas ou propostas pelo presidente norte-americano Donald Trump também geram preocupação.
Muitas medidas a serem tomadas pelos EUA ainda são desconhecidas, e a extensão delas e seus reais efeitos sobre as exportações catarinenses ainda são imprevisíveis
explica o economista.
Os Estados Unidos seguem como o principal destino dos produtos do estado, bem como, o segundo maior parceiro comercial de Santa Catarina.