Desigualdade médica em SC: cidades do interior têm menos de um profissional por mil habitantes
Áreas metropolitanas têm 12 médicos por mil habitantes, enquanto interior sofre com carência; telemedicina se destaca como solução
Santa Catarina enfrenta uma expressiva desigualdade na distribuição de médicos entre suas regiões. Enquanto as áreas metropolitanas contam com até 12 médicos por mil habitantes, localidades no interior têm menos de um profissional por mil habitantes.
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Este dado, apresentado em uma pesquisa desenvolvida pelo Tribunal de Contas de Santa Catarina (TCE/SC) em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGEco/UFSC), reforça o papel da telessaúde no atendimento público.
Telessaúde como alternativa para reduzir barreiras na desigualdade médica
O estudo analisou as políticas públicas de telessaúde no estado e destacou sua capacidade de mitigar os desafios causados pela falta de profissionais em regiões mais isoladas. Atualmente, cerca de 20% dos atendimentos nas 1.114 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) catarinenses em municípios com até 50 mil habitantes são realizados via telessaúde.
O sistema também evita aproximadamente 900 deslocamentos diários para exames, gerando uma economia anual de R$70 milhões, especialmente em municípios menores.
Uma ferramenta para atender os mais vulneráveis
O conselheiro Luiz Eduardo Cherem, do TCE/SC, enfatizou que a telemedicina é essencial para atender cidadãos que enfrentam barreiras de acesso à saúde pública.
Essa ferramenta proporciona dignidade e equidade no atendimento, mesmo em localidades distantes ou com carência de profissionais
destacou Cherem.
Já o presidente do TCE/SC, Herneus De Nadal, reforçou o compromisso da Corte com os cidadãos, particularmente os mais vulneráveis.
Esse tema diz respeito a todos, mas afeta principalmente quem depende exclusivamente da saúde pública
afirmou Nadal.
Impactos econômicos e avanços tecnológicos
A pesquisa também revelou que o uso da telessaúde contribuiu para zerar filas de exames de espirometria em um ano e controlar a demanda por consultas dermatológicas. Além disso, os avanços tecnológicos tornaram os equipamentos mais acessíveis e fáceis de operar, ampliando seu uso em todo o estado.
Desafios e a busca por soluções para diminuir a desigualdade médica
Apesar dos benefícios, o conselheiro Luiz Eduardo apontou que o maior desafio é encontrar plataformas eficazes para gerenciamento do sistema de telessaúde. Ele acredita que, com o avanço da tecnologia e a integração adequada, será possível ampliar ainda mais o alcance desse serviço no estado. Além dos conselheiros e técnicos do TCE/SC, o evento contou com a presença de professores da UFSC, que foram responsáveis pela condução da pesquisa.