Área plantada de cebola em SC deve ter aumento de 8% na safra 24/25
Ituporanga e Alfredo Wagner registram um aumento considerável de área que pode chegar a 10% comparado com a safra anterior
A área plantada de cebola em Santa Catarina deve registrar um crescimento de 8% na safra 2024/2025, segundo dados apresentados pela Câmara Setorial da Cebola. Municípios como Ituporanga e Alfredo Wagner são os destaques, com uma expectativa de aumento na área cultivada que pode chegar a 10% em comparação com a safra anterior. Ouça a entrevista completa abaixo.
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Os números foram discutidos durante um encontro realizado em Ituporanga. Na ocasião, técnicos e líderes do setor compartilharam projeções e análises sobre a próxima safra da hortaliça.
As expectativas apontam para um cenário de ampliação da produção, o que pode trazer impactos positivos para o mercado local e regional.
Santa Catarina prevê aumento de 8%
Conforme o engenheiro-agrônomo da Epagri e coordenador da Câmara Setorial da Cebola de Santa Catarina, Daniel Schmitt, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Argentina são os principais responsáveis pelo abastecimento do mercado de cebola no Brasil. Por isso, o monitoramento da produção nessas regiões é essencial para garantir o suprimento nacional.
Em Santa Catarina, a área plantada deve crescer cerca de 8%, alcançando aproximadamente 18 mil hectares. No Paraná, também haverá um leve aumento, embora a produção seja significativamente menor em comparação ao estado catarinense.
Já no Rio Grande do Sul, apesar das fortes chuvas registradas em maio, a área de cultivo deve ser mantida em relação à safra anterior. Essas variações regionais são acompanhadas de perto pelos técnicos do setor, visando assegurar a estabilidade do mercado de cebola no país.
Rio Grande do Sul se destaca
O Rio Grande do Sul é um dos maiores produtores de sementes de cebola no Brasil. A região responsável pela produção fica próxima à fronteira com o Uruguai, distante das áreas de cultivo de bulbos.
Essa localização, combinada com um clima mais seco e maior luminosidade, favorece a produtividade e a sanidade das sementes, ou seja, resultando em maior quantidade de quilos produzidos por hectare.
Preço atrativo impulsiona aumento de área plantada
Nos últimos anos, o preço atrativo da cebola incentiva o aumento da área plantada, principalmente em Santa Catarina. Na última safra, a produção catarinense sofreu uma queda de 25% a 30% devido às chuvas intensas. Isso levou à necessidade de importação de cebolas, totalizando mais de 270 mil toneladas importadas, o maior volume dos últimos 10 anos.
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De acordo com Daniel Schmitt, os meses de fevereiro e março acabaram marcados por altas temperaturas e chuvas, prejudicando a colheita no Nordeste. Essa condição manteve os preços elevados até julho. Em agosto, houve uma queda nos valores, mas não tão acentuada, pois estados como Goiás e Minas Gerais exportaram cerca de 20 mil toneladas para Argentina, Paraguai e Uruguai, representando uma pequena fração em relação ao que o Brasil importa.
Atualmente, os preços caíram devido ao aumento da oferta nacional, mas Daniel Schmitt prevê melhora para novembro, quando as cebolas do Sul, de maior qualidade, chegarem ao mercado. Ele ressalta que o produtor deve estar atento aos custos de produção e focar na qualidade, pois com isso é possível armazenar e vender de forma escalonada, garantindo melhores preços.
Até o momento, o clima favorece a safra, com chuvas ocorrendo nos momentos adequados e os produtores se planejando com o uso de irrigação.
Ouça a entrevista completa: