Representantes da CDL de Rio do Sul veem PEC 6×1 como inviável para comércio e serviços
Proposta pode afetar renda dos trabalhadores e aumentar custos, afirmam líderes

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que sugere o fim da escala de trabalho 6×1, tem gerado debates, inclusive membros da CDL de Rio do Sul compartilharam suas opiniões sobre o tema. O projeto, apresentado pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP), já possui as assinaturas necessárias para tramitar no Congresso Nacional.
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No entanto, a proposta tem encontrado resistência de setores do comércio e da indústria, que argumentam que a mudança pode impactar negativamente a produtividade, os salários e o emprego. O novo presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Rio do Sul, Maicou Girelli, destacou as dificuldades de implementar a proposta. Especialmente em setores com intensa mão de obra, como farmácias e supermercados.
No comércio, a redução da escala para quatro dias de trabalho e três de folga pode diminuir a produtividade e o ganho de comissões, afetando diretamente a renda do trabalhador
afirmou Girelli.
De acordo com o empresário, a proposta dificilmente será viável sem um aumento significativo no custo operacional das empresas.
Preocupações da CDL de Rio do Sul sobre os setores essenciais
O atual presidente da CDL de Rio do Sul, Marco Vargas das Neves, enfatizou os desafios que a mudança na escala traria para outros setores.
A redução da escala não afeta apenas o comércio, mas também hospitais e escolas, que dependem de uma operação contínua. Para manter a produtividade, seria necessário contratar mais funcionários, o que elevaria os custos e, possivelmente, os preços dos produtos e serviços
analisou Neves.
Trâmites legislativos da PEC 6×1
A PEC passa por análise da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e, posteriormente, por comissões especiais, onde pode acontecer o ajuste do texto. Durante o processo, audiências públicas com especialistas e representantes de entidades acontecerão para embasar o debate.
Então, após aprovação nas comissões, o texto passa por votação no plenário da Câmara dos Deputados, onde precisa do apoio de 308 dos 513 parlamentares para seguir ao Senado. Caso haja alterações no Senado, a proposta retornará à Câmara para ajustes finais. Entretanto, a aprovação definitiva só ocorre quando ambas as Casas chegam a um consenso, momento em que a PEC será promulgada como emenda à Constituição.