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05 de novembro de 2024 Rio do Sul
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Pacientes com câncer ainda aguardam oferta de radioterapia no Alto Vale

Setor de oncologia celebra seis anos com números positivos, mas radioterapia segue sendo desafio para a região.


Por Cristiane Faustino Publicado 21/02/2024 às 14h25
Pacientes com câncer ainda aguardam oferta de radioterapia no Alto Vale
Foto: Moisés Stuker

Neste ano, o Hospital Regional Alto Vale celebra seis anos da abertura da Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon). Apesar dos numero positivos, a falta do serviço de radioterapia segue sendo desafio para a região.

O relógio apontava 5h da manhã quando o veículo de transporte da Secretaria de Saúde de Rio do Sul saía para buscar os pacientes, o ponto de partida era na Policlínica. E assim o veículo lotado com 16 ocupantes, dentre eles pacientes e acompanhantes, seguia a cansativa viagem. 

Em 2024 o Hospital Regional Alto Vale comemora seis anos da abertura do setor de oncologia. Antes, pacientes diagnosticados com câncer eram encaminhados para Lages ou Blumenau. Somando os efeitos da medicação, a condição precária das estradas e o tempo de viagem, que muitas vezes levavam o dia inteiro, o trajeto era desgastante para os pacientes. Como foi o caso de Wilian Kafka , morador de Rio do Oeste e diagnosticado com um tumor no cérebro em 2017. “Depois que abriu aqui, o trânsito foi transferido para cá. O problema era a viagem era muito cansativa e então, assim que decolou aqui em Rio do Sul, foi uma bênção”.

Através da Secretaria de Saúde, com o resultado positivo da biópsia, o paciente é cadastrado junto ao Sistema Nacional de Regulação (Sisreg), que é a lista de espera SUS. Após isso, ele é encaminhado para a Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) do Hospital Regional Alto Vale, e recebe o atendimento de acordo com a especialidade necessária para tratar o tumor. 

Pacientes da Unacon

A terapeuta, Juliana Luckmann, foi uma das pacientes da Unacon do Regional.  Em 2019, durante o banho, ela descobriu por acaso um nódulo no seio direito. “O diagnóstico do câncer, foi em 2019. Eu senti no meu seio direito um nódulo. Assim era bem dolorido. Palpável e quando eu apertava, sentia uma dorzinha assim”, conta.

A partir do diagnóstico de câncer de mama, em menos de um mês Juliana estava iniciando as quimioterapias em Rio do Sul. Durante o tratamento, ela dividia as tristezas e alegrias com o pai que também lutava contra um câncer de próstata. Mas, para a família, nem todas as batalhas foram vitoriosas. “Meu pai também estava tratando de um câncer que era na altura da próstata, mas tinha evoluído para bexiga, ele veio a falecer em 2020 e eu fiquei curada, foi em julho de 2020. Eu acabei a rádio e em agosto ele faleceu”, enfatiza.

Segundo Juliana o diagnóstico foi uma surpresa para sua família, e que o apoio deles foi fundamental para todo o processo. Em julho de 2020 ela finalizou o tratamento e o que ficou foi o sentimento de gratidão. “Eu lembro que na penúltima quimioterapia eu já estava assim, contando os dias e a sensação uma semana antes de terminar já era que tinha dado tudo certo e que já acabou”, relata.

Assim como Juliana, Neusa Rothbarth, de 67 anos, diagnosticada com câncer no reto, realizou as sessões de quimioterapia pelo Hospital Regional, mas precisou ir até Blumenau para seguir com o tratamento de radioterapia. “Não foi fácil enfrentar essas estradas todo dia, por isso que eu ainda pedi. Estou implorando para eles fazer a radioterapia. Isso não é só deixar no papel, sabe se precisa porque abrange toda a região”.

Implantação de radioterapia

No ano passado, em deliberação dos secretários de saúde da região, durante reunião da Comissão Intergestores Regional de Saúde (CIR/Alto Vale), foi acordado que seria iniciado o processo de implantação de radioterapia no Hospital Regional. Porém, o serviço está mais para uma promessa ainda longe de acontecer, como comenta a enfermeira responsável pelo setor de oncologia, Genalize Lorenzetti. “A diretoria tem esse desejo de trazer a radioterapia para cá, mas ainda está sendo discutida. Então, em passos lentos, ainda assim há essa, essa possibilidade. Mas no futuro, é um serviço bem específico. Tem bastante detalhes a serem vistos e buscados, informações necessárias. Então, é um serviço que o hospital pensa em trazer, mas isso mais no futuro”.

Durante estes seis anos, o setor de oncologia do Hospital Regional realizou mais de 43 mil consultas, mais de 14 mil quimioterapias, entregou mais de 6 mil medicações orais e mais de 2 mil aplicações de medicamentos judiciais. Juliana comenta a importância do setor de oncologia, que foi uma vitória não só para Rio do Sul, mas para todo o Alto Vale do Itajaí. “Você está lá com essas pessoas que também eu sei que são especiais. Eu vejo assim que foi um aprendizado muito grande”.

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