Casa de Acolhimento de Rio do Sul auxilia mulheres a superarem a violência doméstica
Em 2023, o espaço acolheu 17 vítimas, das quais apenas duas retornaram ao agressor, enquanto 15 conseguiram superar a situação de violência

Desde 2006, o município de Rio do Sul, em parceria com a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, oferece um serviço de acolhimento para mulheres em situação de violência, através da Casa de Acolhimento.
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Assim, a Casa de Acolhimento de Rio do Sul conta com 12 vagas, destinadas a mulheres em risco extremo, acompanhadas de seus filhos menores. Essas mulheres precisaram sair de suas casas urgentemente e receberam acolhimento neste espaço.
Conforme a psicóloga Jaciara Regina Setti, as mulheres que necessitam desse acolhimento são encaminhadas à delegacia para registrar o boletim de ocorrência e, quando necessário, solicitar medidas protetivas. Em seguida, os profissionais da Assistência Social providenciam a vaga no local de acolhimento.
Então elas procuram ajuda, seja na polícia, algum órgão de atendimento, CRAS, CRES ou até mesmo na saúde, relatam essa situação e que elas precisam de ajuda. Então elas são encaminhadas para a delegacia de polícia para realizar o boletim de ocorrência e quando necessário solicitar a medida protetiva. Após essa situação, o plantão da assistência social ou os profissionais que atuam dependendo do horário do atendimento, eles então solicitam vaga para o nosso acolhimento e elas são encaminhadas para cá. No ano de 2023, nós tivemos 17 mulheres acolhidas. Desses 17 casos, 15 mulheres conseguiram superar violências, retomar o curso de suas vidas por meio de emprego, caminhamentos para saúde, educação para as crianças. E hoje estão trabalhando, seguindo seu caminho e não retornaram para o agressor. Apenas duas delas retornaram para o agressor
explica a psicóloga Jaciara.
Um caso de sucesso

Um dos casos mais marcantes atendidos pela Casa de Acolhimento de Rio do Sul, de acordo com Jaciara, foi o de uma mulher com três filhos pequenos. Ela chegou no espaço em janeiro do ano passado.
Nós trabalhamos, fizemos todo o processo de reeducação para ela, de como voltar a sorrir, de como voltar a ter a vida própria, se sentir importante. Trocamos as crianças de escola, encaminhamos para outras unidades escolares, encaminhamos ela para o emprego, fizemos alguns encaminhamentos de saúde, como o conceito da questão dentária. Em julho desse ano, ela foi desligada. Hoje ela vive sozinha com os três filhos, paga o seu aluguel. Está trabalhando atualmente, as crianças já foram novamente realocadas para uma unidade de saúde próxima à sua residência. Foi um caso de sucesso. Hoje ela consegue pagar seu próprio aluguel, se virar sozinha, se manter e cuidar dos filhos. Conseguiu superar a história de violência e tenho certeza que hoje ela vai conseguir identificar quando um relacionamento tiver indícios de violência
disse a psicóloga.
Rede de apoio: Não se cale!
Atualmente, Rio do Sul oferece acolhimento para mulheres em situação de violência sem rede de apoio familiar. Se você ou alguém que conhece está passando por essa situação, procure ajuda. Não se cale. Denuncie e busque proteção.
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