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23 de junho de 2025 Rio do Sul

Câmara de Rio do Sul: omissão diante de problemas graves ou falta de preparo?

Grupo de Comunicação Difusora questiona a passividade do Legislativo municipal frente a temas de alto impacto para a cidade


Por GCD Publicado 12/05/2025 às 18h21
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Vários problemas sérios estão à vista da população — e, mais grave, à vista do Legislativo — sem qualquer medida efetiva de apuração e responsabilização. Foto: Redação GCD

A função básica de um vereador é legislar e fiscalizar. Isso está na essência da atividade parlamentar. No entanto, o que se vê na atual Câmara de Vereadores de Rio do Sul, formada por nove parlamentares novatos e apenas um com experiência, é um comportamento que não condiz com a gravidade dos temas que afetam diretamente o município.

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Vários problemas sérios estão à vista da população — e, mais grave, à vista do Legislativo — sem qualquer medida efetiva de apuração e responsabilização.

A ponte inacabada e a ausência de respostas da Câmara de Vereadores de Rio do Sul

Um dos maiores símbolos da falta de ação é a ponte que deveria ligar os bairros Budag e Canoas. O ex-prefeito, José Thomé, alega que o Estado não liberou recursos. O atual governo, por sua vez, afirma que não houve planejamento técnico para os acessos, principalmente do lado da BR-470.

O projeto impactaria área de domínio do DNIT, um terreno da prefeitura destinado à construção da policlínica e ainda uma propriedade privada. A pergunta é: quem aprovou essa obra? Quem assinou os projetos da obra e dos acessos? Onde estão os responsáveis técnicos e os pareceres de viabilidade? 

Terminal rodoviário: um impasse empurrado por anos

Outro caso que exige apuração é a situação da rodoviária. Por volta do ano de 2020, os proprietários do imóvel manifestaram desinteresse em manter o serviço no local. Mesmo assim, o poder público não buscou alternativa concreta, preferindo renovações temporárias.

Por volta de 2023, o contrato venceu. Mesmo com um estudo técnico da empresa Matricial Engenharia indicando a inviabilidade de transferir o terminal para o local onde funcionava o Centro de Educação Infantil Belmarli da Silva, ao lado do Centro de Eventos Hermann Purnhagen, a antiga gestão iniciou obras no local. Os gestores desconsideram as conclusões técnicas, contratadas por eles mesmos.

Escola recém-reformada já apresenta falhas

Na Escola Aníbal de Barba, no bairro Canta Galo, os problemas também são graves. Reformada e ampliada ao custo de R$ 6,1 milhões, a estrutura já apresentou vazamentos e consumo de água superior a R$ 40 mil em único mês, além de problemas na parte elétrica. Por exemplo, não é possível usar os aparelhos de ar-condicionado e garantir o pleno funcionamento dos eletrodomésticos da cozinha.

A obra foi entregue sem a documentação exigida na finalização dos trabalhos. Quem fiscalizou a execução? Quem deu aval para a entrega da estrutura em tais condições?

O que diz o Regimento sobre a abertura de CPI

Diante de tantos indícios, por que a Câmara não age? Por que os vereadores preferem focar em moções, prêmios e redes sociais em vez de cumprir sua função essencial de fiscalizar?

Vale lembrar que, segundo o Artigo 67 do Regimento Interno da Câmara de Rio do Sul, uma Comissão Parlamentar de Inquérito pode ser instaurada com o apoio de apenas um terço dos vereadores, ou seja, quatro assinaturas. E isso é válido, inclusive, para gestões passadas.

A CPI deve ter como base um fato determinado e prazo certo. Após instaurada, ela tem poder para requisitar documentos, ouvir testemunhas e apurar responsabilidades, com prazo inicial de 120 dias, prorrogável por mais 60.

O mesmo artigo determina que suas conclusões devem ser encaminhadas ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas, podendo gerar responsabilização civil ou criminal.

Diante disso, qual a dificuldade de agir?

A cidade espera atitude, não discursos da Câmara de Vereadores de Rio do Sul

Se os vereadores não investigarem, estarão endossando que tudo foi feito de forma correta nas gestões passadas, inclusive nos temas que hoje geram prejuízo ou risco à população.

O Legislativo precisa usar os meios legais que tem — e abrir uma CPI é um desses caminhos. A apuração pode atingir políticos ou técnicos, mas o que está em jogo é dinheiro público, obras mal executadas e supostos crimes administrativos.

O Grupo de Comunicação Difusora acompanha diariamente o que a população expressa e reforça a necessidade de resposta urgente e institucional da Câmara.

Se não há culpa, nada mais há a falar

E por fim, uma consideração essencial: se, após as apurações, nada for comprovado, que a vida siga. Que os ex-gestores prossigam com seus projetos pessoais, seja na esfera política, na campanha já iniciada para 2026 para a Assembleia Legislativa ou para qualquer outro objetivo. Sem comprovações, nada mais há a falar, seja do ex-prefeito ou de qualquer colaborador técnico da gestão.

Mas enquanto houver dúvidas e indícios, o silêncio do Legislativo será cúmplice.

E o povo, que confia seus votos e tributos a essa estrutura, merece bem mais do que isso.

4 comentários

  • Rodrigo
    12/05/2025 às 20:19

    Enquanto isso os vereadores estão preocupados em criar lei para voltarem a receber diárias e usarem a tribuna para falar mal do governo Lula e criar cortes para as redes sociais.

    • Leandro
      13/05/2025 às 08:18

      Parabéns Grupo GCD por chamar a atenção para o que realmente importa. Tá na mais do que na hora do Presidente da Câmara pautar assuntos relevantes e para se de se preocupar tanto com o Carnaval, que nunca foi um problema pra cidade, muito menos baile Funk que se quer existe por aqui. Fica querendo lacrar com esses assuntos para esconder a incompetência que possui para assuntos que são importantes para a comunidade. Basta!

      • CLAUSIR ELIAS RIBEIRO
        13/05/2025 às 15:04

        Vereadores precisam se preocupar em fazer o que é o dever deles, fiscalizar o executivo, além das obras citadas tem várias outras que não foram fiscalizadas, exemplo, Rua Dom Pedro e Princesa Izabel, rua Bagda na Barragem, Ladeira Joaquim Nabuco, obras que pouco tempo após concluídas já estão todas danificadas.
        Ao invés de fiscalizaram ficam gastando energia com assuntos irrelevantes que não mudam a vida de ninguém.

  • Paulo Tarso Moreira
    13/05/2025 às 11:29

    Parabéns pela matéria sobre omissão dos vereadores, omissão esta que vem de várias legislaturas anteriores. Câmara inoperante e totalmente sem propósitos.

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