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21 de junho de 2025 Rio do Sul

Sibus Associação de Ituporanga realiza trabalho voluntário em prol de pessoas que lutam contra a dependência química

A associação sem fins lucrativos existe há um ano em Ituporanga e promove diversos trabalhos sociais, dentre eles, grupos de apoio para quem luta contra os vícios e para as famílias.


Por GCD Publicado 21/07/2024 às 13h17
Sibus Associação de Ituporanga realiza trabalho voluntário em prol de pessoas que lutam contra a dependência química
Sibus Associação de Ituporanga realiza trabalho voluntário em prol de pessoas que lutam contra a dependência química – Foto: Reprodução Redes Sociais

Recomeçando, esse é o significado da palavra Sibus que deu nome a associação criada em Ituporanga há um ano, porém a vontade de fazer o bem já existe há muito tempo. A Sibus Associação, que atua sem fins lucrativos, auxilia pessoas em situação de luta contra a dependência química. A associação atende pessoas em vulnerabilidade social, pessoas que não conseguem ser inseridas novamente na sociedade e que nem o dependente nem a família não sabem como lidar.

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A coordenadora Regina Gasparino explica que há a possibilidade de recuperação. 

“É preciso que alguém estenda a mão. Eu sou uma ex-dependente com 27 anos de sobriedade e precisei de auxílio para restabelecer meus pensamentos, pois o uso de substâncias danifica a qualidade de vida. Muitas vezes, rotulamos as pessoas sem entender o dano que as substâncias causam, dificultando a reintegração e levando à recaída. Nosso trabalho é assessorar aqueles que saem de comunidades terapêuticas e prevenir recaídas, com palestras preventivas em escolas, assessorando o Cras e trabalhando em presídios, trazendo qualidade de vida e redirecionamento para essas pessoas. Também fazemos grupos de apoio“, revela.

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Associação é filiada à Cruz Azul do Brasil

A associação é filiada à Cruz Azul do Brasil, que existe há mais de 100 anos no mundo e no país mais de 200 grupos que trabalham com a prevenção. Regina e o esposo realizaram o curso de facilitadores. Com os estudos, foi possível iniciar o trabalho na Capital Nacional da Cebola. A associação realiza trabalhos também no Cerene de Ituporanga com trabalho voluntário. Além disso, toda quinta-feira à noite o grupo de apoio realiza encontros na Vila Nova, em cima da unidade de saúde.

“Quando você gosta de rock, chamam de roqueiro. Cada pessoa tem sua tribo, e o ex-dependente também precisa de acolhimento. Quando alguém para de beber ou usar drogas, fica deslocado e busca onde se restabelecer. Formamos assim grupos de apoio para conversas sobre reinserção na sociedade e convivência familiar. Muitas vezes, familiares não sabem lidar com a situação, e assim palavras de amor podem ser interpretadas como acusações, gerando conflitos. Orientamos como familiares devem lidar com dependentes e vice-versa. Vemos o ex-dependente não como um “drogado”, mas como alguém que precisa de ajuda, assim como quem tem qualquer outra doença. Ele necessita de acompanhamento profissional contínuo, não apenas de uma internação seguida de um retorno abrupto à vida normal”, comenta.

SIBUS 1 Foto_ Reprodução Redes Sociais

Associação Sibus esteve em Manaus

A Associação Sibus realiza vários trabalhos sociais na cidade e um momento importante foi a ida até o estado do Amazonas em Manaus, através de um trabalho voluntário, foram em nove missionários. 

Estivemos com 100 pessoas em um barco por 24 horas no Rio Solimões para chegar a uma comunidade ribeirinha. Assessoramos famílias, além disso, levamos alimentos e orientamos da melhor forma possível. Em Ituporanga, realizamos palestras preventivas, uma necessidade extrema. Procurarão a gente, escolas como Roberto Moura e Bela Vista para orientar adolescentes. O índice de uso de drogas é muito alto, e hoje está muito fácil o acesso. Portanto, em um grupo de 500 alunos, cerca de 300 já tiveram algum contato com drogas. Compreendemos que até poucos usos podem levar à dependência. Orientamos assim os professores sobre esses riscos e convidamos a conhecer nosso trabalho no internato com as meninas”, relata.

Associação é composta por voluntários

De acordo com Regina, a dependência química não escolhe sexo, idade ou classe social. De acordo com o coordenador Ranieri Gasparino e o trabalho desenvolvido pela Associação é composto por voluntários. Vivem de doações, parceiros e contam com a ajuda de parceiros que sentem-se tocados em querer ajudar, além disso fazem a venda de doces para arrecadar recursos. 

“A Sibus não é uma igreja, mas um lugar de acolhimento e direcionamento para pessoas. Trabalhamos para que vivam uma vida plena. Recentemente, uma menina me procurou sobre seu irmão, encontrado debaixo de uma ponte em Rio do Sul e esperando vaga no Samária. Pessoas traumatizadas como ele muitas vezes não recebem ajuda. Quando vemos alguém com problemas de dependência química, nossa reação assim é de distanciamento. Lembro de estar comprando um lanche e ver pessoas se afastando de outras com dependência. Precisamos lembrar que são seres humanos. Portanto, nossa associação, sem apoio institucional, sobrevive graças a pessoas de coração aberto que doam alimentos, dinheiro para energia, e ajudam com produtos vendidos para financiar nossas atividades, como viagens a Manaus”, enfatiza.

Viagem custeada com a venda de doces

Ranieri explica que a viagem para Manaus foi toda custeada com a venda dos doces e que a realidade lá é bem crítica.

“Muitas pessoas questionam por que ajudamos em Manaus em vez de Rio do Sul, que também enfrenta dificuldades como enchentes. A diferença é que problemas em Manaus persistem há mais de 100 anos, enquanto em Rio do Sul as condições podem melhorar. Em Manaus, a cocaína de alta qualidade chega facilmente aos ribeirinhos, causando dependência severa. Conhecemos casos extremos, como irmãos casados entre si e pais que engravidam suas filhas adolescentes. É crucial entender que todos, independentemente da localização ou situação financeira, precisam de ajuda. Já atendemos pessoas com altos níveis de educação e carreira. Como uma veterinária formada nos EUA e além disso, uma ex-funcionária da NASA, que foram destruídas pelas drogas. O álcool e as drogas não discriminam; eles destroem vidas e sonhos de qualquer um”, conta.

Projetos da Sibus Associação de Ituporanga

Segundo os coordenadores existem projetos para disponibilizar esporte para a família dos dependentes. Regina, Ranieri, os dois filhos dela, dois voluntários e mais um rapaz de 21 anos que eles acolheram, porque após a internação ele havia voltado para o ambiente familiar onde tinha acesso às drogas por isso agora mora junto com ele e se tornou voluntário e em sobriedade, residem na mesma casa e lá mesmo são confeccionados os doces para a venda. E a ideia é construir uma casa para que as pessoas possam ficar ali e serem acompanhadas. As mulheres após cumprirem pena na Unidade Prisional Avançada de Ituporanga a associação devolve a dignidade para elas.

“Quando as mulheres saem da penitenciária feminina, muitas vezes assim saem sem passagem, contato com a família, apenas com a roupa do corpo, uma certidão de nascimento e uma vara de soltura. Nós as levamos então para tomar banho, almoçar e, com a ajuda da Pastoral da Sobriedade, conseguimos a passagem para voltarem para casa. Algumas precisam ficar em minha casa temporariamente. Nossa casa é dedicada a oferecer um espaço seguro e particular para essas mulheres. Elas já pagaram por seus crimes e merecem uma nova chance. No grupo de apoio, dizemos: se você quer continuar na vida errada, é problema seu; se quer mudar, é problema nosso. Estamos dispostos a ajudá-las e dar direcionamento. Esses projetos estão em nossos corações há 17 anos, e continuamos comprometidos com essa missão. Para colaborar com a Sibus pode ser através do PIX: CNPJ 5245 8300181” finaliza.

Mais informações podem ser obtidas pelo (47) 99246-5987.

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