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24 de março de 2025 Rio do Sul
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Paciente dá à luz em sala de observação do Hospital de Pouso Redondo e expele sozinha a placenta

Parto foi realizado por uma enfermeira mesmo com médico presente em sala


Por GCD Publicado 13/02/2025 às 16h28
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Parto foi realizado por enfermeira mesmo com médico presente em sala; paciente deu à luz e expeliu a própria placenta. Foto: Redação GCD

Pacientes de Pouso Redondo têm questionado a qualidade do atendimento no Hospital Annegret Neitzke. Em outubro de 2024, uma mulher deu à luz na sala de observação da unidade. Segundo seu relato, uma enfermeira realizou o parto, apesar da presença de um médico no local. Além disso, ela afirma que precisou retirar a própria placenta na ambulância, momentos antes de ser transferida para outro hospital.

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Ao chegar à unidade, por volta das 4h30, foi informada de que o hospital não possuía estrutura para atendê-la. O médico que a examinou determinou que ela deveria ser transferida para Lages, como comenta a paciente.

O médico conversou comigo e falou que a ter que me encaminhar para cidade de Lages, porque aqui no hospital eles não tinham estrutura para fazer um parto. Aí eu até conversei com ele, eu disse que eu já tive outros dois filhos e que os meus partos são rápidos, que eu não iria chegar até lá, né? Eu ia acabar ganhando na ambulância. Só que daí a ambulância não estava ali no momento, né? Eu acabei ficando ali, na sala de observação, e as minhas contrações foram aumentando, e às seis horas da manhã eu ganhei ela ali mesmo

disse a paciente.

Enfermeira realiza o parto enquanto médico permanece inativo

O nascimento ocorreu na própria sala de observação. Segundo o relato da paciente, uma enfermeira foi quem realizou o parto, enquanto o médico permaneceu na sala sem prestar assistência.

Meu parto foi feito por uma enfermeira, mas o médico estava presente na sala. Em nenhum momento ele se mexeu. Onde ele estava, ele ficou

disse a paciente.

Além disso, após o nascimento, a placenta não foi expelida naturalmente. Diante dessa situação, a equipe médica decidiu transferi-la para Lages, mantendo a placenta ainda em seu corpo. No entanto, já na ambulância e prestes a ser encaminhada para Lages, sem o acompanhamento médico, a paciente expeliu a placenta.

Aí até o enfermeiro disse, eu questionei ele, mas como é que eu vou até lá? Eu disse, com essa dor insuportável. Eu disse, porque é como se fosse outro parto, né? Aí ele disse, a gente vai te dar uma injeçãozinha, daí já vai dar uma aliviada. Deu a injeção e não adiantou nada. E daí eu sozinha lá dentro da ambulância, fiz uma força, assim, sabe? Já senti que meu corpo estava querendo expulsar, fiz uma força e daí saiu. Senão, eles iriam me mandar até lá… Com a placenta ali dentro mesmo, né

explicou a paciente.

Caso de infarto levanta novas críticas ao atendimento no hospital

Outra situação envolvendo um paciente cardíaco reforça questionamentos sobre a qualidade do atendimento no Hospital de Pouso Redondo.

Em janeiro de 2025, a equipe da unidade atendeu um paciente que apresentava fortes dores abdominais, dormência nas mãos e queimação no peito, e o diagnosticou com gastrite nervosa, sem realizar exames. De acordo com a enteada do paciente, Pati Caroline Cordova, no dia seguinte, com o agravamento dos sintomas, a família o levou diretamente ao hospital de Rio do Sul, onde exames confirmaram um infarto.

O Dr. Lucas deu uma injeção de Buscopan e diagnosticou ele com gastrite nervosa. Passou medicamentos para ele comprar, daí, no outro dia de manhã, ele tomou remédio de gastrite e começou a passar mal, mal, mal. Chegando no Pronto Atendimento de Rio do Sul, foi muito bem atendido e foi tudo feito muito rápido. Fizeram todos os exames possíveis e diagnosticaram que ele já tinha tido um infarto. E que o Buscopan que eles aplicaram aqui no hospital podia agravar mais a situação dele

afirmou Pati Caroline.

O paciente permaneceu internado no Hospital Regional por mais de 20 dias e passou por cirurgia cardíaca. Pati Caroline destaca que o hospital possui um aparelho de eletrocardiograma, mas a equipe não realizou nenhum exame.

Fiquei sabendo depois que o hospital de Pouso dá para fazer eletrocardiograma. Porém, eles não fizeram nenhum tipo de exame aqui em Pouso Redondo, nenhum tipo. Então, assim, fiquei sabendo depois que tinha eletro, então por que não fizeram?

declarou Pati Caroline.

Direção do hospital explica dificuldades para transferências

Diante das reclamações, a gerente do hospital Annegret Neitzke, Joseane Fabre Dellabona, afirmou que a transferência de pacientes para hospitais de referência depende da disponibilidade de vagas no Sistema de Regulação (Sisreg). Segundo ela, nem sempre a unidade consegue enviar pacientes imediatamente para outras cidades.

Tudo depende da situação do paciente, cada caso é um caso. A questão do Regional, muitas vezes para podermos transferir, tem que ser feito pedido através do Sisreg. Então, chegou um paciente, mesmo que seja um estado grave, que venha com os bombeiros, o médico já tem que entrar com a solicitação no Sisreg pedindo para o Regional essa abertura de vaga, né? Eles negam muitas transferências e fica a critério do médico que atende lá em Rio do Sul dizer se aceita ou não

comentou Joseane.

Joseane explica que a decisão de buscar atendimento em Pouso Redondo ou em Rio do Sul fica a critério do paciente.

A gente não proíbe ninguém de ir consultar, que tem que consultar aqui primeiro pra depois ir consultar lá não. Isso é a critério de cada pessoa

falou Joseane.

A gerente ressalta que o hospital não pertence à prefeitura, mas recebe repasses municipais e recursos do SUS. Além disso, algumas prefeituras vizinhas, como Mirim Doce e Rio do Oeste, contribuem para a manutenção da unidade.

O hospital não é da prefeitura, ele é da comunidade. Hoje, a gente recebe um recurso da prefeitura, que dá para pagamento de folhas de funcionários e folha de médicos. Temos um valor fixo de despesas que passa de 500 mil. Hoje, o hospital se mantém pelo SUS, repasse da prefeitura de Pouso Redondo, prefeitura de Mirim Doce e prefeitura de Rio do Oeste, que é o que mantém o hospital. A gente tem um recurso que a gente recebe também através da Celesc, que algumas pessoas que pagam através da conta da luz, que repassam o valor para o hospital

concluiu Joseane.

Em nota, o Hospital Regional Alto Vale informa que faz parte da Rede de Urgência e Emergência (RUE) o que implica em porta aberta para urgências e emergências. Os profissionais de saúde devem fazer os encaminhamentos de outros serviços através do Sisreg, em contato direto com os médicos, que decidirão sobre a necessidade de transferência. Isso, usualmente, ocorre quando envolve Alta Complexidade, cardiologia, neurocirurgia e vascular, por exemplo. Além disso, estão inclusos pacientes que necessitam suporte de UTI (na disponibilidade de vaga) ou quando a outra unidade não tem capacidade instalada para atender um determinado tipo de situação, como hemodiálise aguda, só para exemplificar. O hospital reforça que baixa e média complexidade são de responsabilidade de cada unidade, mas destaca que auxilia sempre que isto é necessário, caso tenha a disponibilidade do serviço e/ou profissional. 

Vale ressaltar ainda, que segunda-feira (17) acontecerá na Câmara de Vereadores de Pouso Redondo, às 20h, a eleição para a nova Diretoria e do Conselho Fiscal do hospital para um mandato de dois anos.

Ouça abaixo a reportagem completa sobre o parto:

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1 comentário

  • Sara
    13/02/2025 às 21:39

    Meu pai faleceu em 2022 por negligência do médico de plantão. Entrei com ação judicial contra ele e o hospital, mais na época os meios de comunicação abalaram.

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