Máquinas agrícolas para a cultura da cebola desenvolvidas em Ituporanga ganham mercado internacional
O foco da FCH Indústria de Máquinas Agrícolas é a colheita mecanizada de cebola, pioneira no Brasil
Máquinas agrícolas produzidas em Ituporanga para a colheita de cebola estão sendo vendidas para diversos países ao redor do mundo. A FCH Indústria de Máquinas Agrícolas já comercializou suas máquinas para Argentina, Chile, Equador e Grécia, e, em breve, enviará equipamentos para Itália e Austrália.
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A empresa foi fundada há cerca de 20 anos na comunidade de Águas Frias, em Vidal Ramos. Ela surgiu, então, da necessidade de reduzir a dependência de mão de obra para cortar o talo da cebola.
O fundador, Vigand Hamm (in memoriam), era produtor de cebola e tinha habilidades com solda e aço. Em parceria com vizinhos, desenvolveu o protótipo de uma máquina para cortar o talo da hortaliça, conhecida como “destaladeira de cebola”.
Anos depois, conforme seu filho e atual sócio-proprietário, Filipe Hamm, diante das dificuldades da agricultura e da falta de seguros e garantias para os produtores, a família decidiu focar na empresa.
Começamos a FCH em Ituporanga em um prédio alugado. Hoje, após 18 anos, além da máquina de cortar talo, criamos máquinas para recolher e arrancar cebola. Há sete anos, desenvolvemos um modelo comercialmente viável. Vendemos para todos os estados produtores de cebola no Brasil e para diversos países interessados em nossa tecnologia
detalha Filipe.
Expansão internacional e comitiva na Itália
Recentemente, uma comitiva de Ituporanga e região esteve na Itália. A visita ocorreu após convite da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) ao prefeito de Aurora, Alexsandro Kohl, e aos engenheiros agrônomos Joabe Weber Pitz, de Aurora, e Volmir Borsatto, de Ituporanga. O objetivo foi conhecer lavouras, empresas e tecnologias voltadas para o agronegócio, bem como, focar em culturas similares às existentes no Alto Vale, como tabaco, cebola e hortaliças.
Segundo Filipe Hamm, a Europa era considerada um dos principais polos de tecnologia agrícola, porém hoje o Brasil se destaca no desenvolvimento de máquinas agrícolas de colheita para cebola.
Já fechamos negócios com a Grécia e agora estamos expandindo para Itália e Austrália. A escassez de mão de obra na colheita de cebola é um problema mundial
afirma Filipe.
A FCH Indústria é pioneira na mecanização da colheita de cebola no Brasil. A empresa atende desde pequenos produtores, com lavouras de 1 hectare, até grandes fazendas com 700 hectares. O empreendimento conta com 26 colaboradores e uma área produtiva de 3.500 metros quadrados.
Para 2025, planeja expandir em mais 1.000 metros quadrados. Devido à alta demanda, o prazo de entrega de uma máquina chega a sete meses, embora a produção de cada unidade leve cerca de oito dias.
Atendimento ao cliente e entrega técnica de máquinas agrícolas para cebola
A FCH Indústria realiza a entrega técnica de todos os equipamentos, com treinamento e explicações detalhadas sobre o manuseio para os agricultores.
O engenheiro-agrônomo da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente de Ituporanga, Volmir Borsatto, destaca que a feira visitada na Itália é a segunda maior do mundo em tecnologias agrícolas. Desse modo, o evento fica atrás apenas da feira realizada na Alemanha.
A feira em Bolonha, no norte da Itália, é uma referência em máquinas, equipamentos e robotização para o agronegócio. O objetivo da viagem foi ampliar o conhecimento por meio de visitas técnicas, conversas com universidades, instituições semelhantes à Embrapa e representantes do Ministério da Agricultura
relata Borsatto.
Durante a visita, a comitiva percorreu propriedades e cooperativas, focando em tecnologias voltadas para o sistema de transplante de cebola.
Infelizmente, nessa época não é comum encontrar cebolas sendo colhidas, mas vimos o sistema de transplante por bandeja, que possui máquinas muito eficientes e pode ser uma opção interessante para o futuro no Brasil
conclui Borsatto.
A Massa FM transmitiu a entrevista completa com Filipe Hamm e Volmir Borsatto.
Ouça a entrevista completa abaixo:
