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11 de julho de 2025 Rio do Sul

Ituporanga sediará o Seminário Nacional da Cebola em abril de 2026

Evento acontecerá junto à Festa da Cebola e discutirá os rumos da produção nacional


Por GCD Publicado 08/06/2025 às 15h16
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A proposta é realizar o seminário durante a semana, utilizando o complexo da cidade para ampliar a participação dos agricultores e técnicos. Foto: Aires Mariga/Epagri

A próxima edição do Seminário Nacional da Cebola (Senace) será realizada em Ituporanga, com previsão para abril de 2026, em paralelo à tradicional Festa da Cebola. A escolha da cidade foi confirmada após o Rio Grande do Sul abrir mão do evento devido aos prejuízos causados pelas enchentes em 2024.

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A proposta é realizar o seminário durante a semana, utilizando o complexo da cidade para ampliar a participação dos agricultores e técnicos. Já as atividades festivas seguirão no parque onde acontece a Festa da Cebola, aproveitando a estrutura e a movimentação de visitantes.

Produção nacional enfrenta crise de preços e superoferta

Durante a edição anterior, entre os dias 27 e 29 de maio (2025) em Uberlândia (MG), técnicos e produtores discutiram os principais desafios da cebolicultura no país. Análises sobre o atual cenário do setor, com foco na crise de preços e no excesso de produção, marcaram o evento. Conforme o extensionista rural da Epagri, Daniel Schmitt, o mercado passa por um longo período de instabilidade.

Foi uma sequência de oito meses com preços abaixo do custo de produção, o que impactou todas as regiões produtoras do Brasil

afirmou Schmitt.

A superoferta de cebola no mercado nacional tem origem em vários fatores. Após dois a três anos de bons preços, houve ampliação da área plantada em estados como Bahia, Minas Gerais, Paraná e também em países vizinhos, como Argentina e Chile. O consumo, por outro lado, permanece estabilizado entre seis e sete quilos por pessoa ao ano, sem acompanhar o aumento da oferta. Isso impede a valorização do produto mesmo em períodos de baixa nos preços.

Seminário Nacional da Cebola: produção catarinense sofre impactos da concorrência

Santa Catarina continua sendo o maior produtor de cebola do Brasil, mas enfrenta concorrência direta de regiões como o Paraná, que colheu antes da safra catarinense e empurrou os preços para baixo em novembro e dezembro. O preço médio pago ao produtor ficou entre R$ 1,20 e R$ 1,30 por quilo, enquanto o custo total estimado é de R$ 1,69, o que compromete o equilíbrio financeiro de muitos agricultores.

Mesmo com essas dificuldades, Schmitt afirmou que a área plantada no estado deve se manter próxima dos 19 mil hectares, com tendência de aumento da semeadura direta. O sistema demanda mais sementes, mas pode ajudar a mecanizar etapas da produção e reduzir a dependência de mão de obra externa — um dos principais desafios atuais do setor.

Armazenamento, irrigação e tecnologia foram temas centrais

As discussões também envolveram soluções práticas para os produtores. Uma das principais abordagens foi a necessidade de melhorar o armazenamento pós-colheita, especialmente com o uso de sistemas de ar forçado em galpões. A medida permite a cura e conservação do bulbo mesmo em períodos chuvosos.

Além disso, os participantes debateram o uso mais eficiente da irrigação em regiões com baixo volume de água. A mecanização das etapas da produção, como a semeadura direta e a colheita parcial com apoio de máquinas, também está em expansão.

O grande desafio é manter a qualidade da cebola e garantir o armazenamento por mais tempo, mesmo diante das mudanças climáticas e da escassez de mão de obra

explicou Schmitt.

Nas próximas semanas, técnicos de todo o país devem consolidar um novo levantamento. Os dados apresentarão projeções de plantio para a safra 2025/2026, incluindo dados de estados produtores e também da Argentina, importante fornecedora do mercado brasileiro.

Ouça abaixo a fala do extensionista rural da Epagri, Daniel Schmitt, sobre o seminário:

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