Ituporanga registra em média dois casos por mês de violência sexual contra crianças e adolescentes
Presidente do CMDCA alerta para subnotificação dos casos e reforça importância da denúncia anônima

Durante a campanha do Maio Laranja, a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) de Ituporanga, Elionar Cláudia Petris, revelou que sete casos de violência sexual infantil foram denunciados no município em 2025. Segundo ela, o número é expressivo para uma cidade de pequeno porte e reforça a importância da conscientização. Em 2024, houve o registro de 25 ocorrências do mesmo tipo.
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Violência sexual infantil ainda é tabu e, muitas vezes, silenciada
De acordo com Elionar, muitos casos continuam sendo abafados por medo ou vergonha, e a maioria das agressões ocorre no ambiente familiar. A psicóloga, que atua há 25 anos na rede pública de saúde, alerta que mudanças bruscas de comportamento em crianças, como dificuldade para dormir, queda no rendimento escolar ou alterações alimentares, podem ser sinais de abuso.
Importância da denúncia e dos canais de apoio
Conforme Elionar, qualquer pessoa pode e deve denunciar situações suspeitas de violência sexual infantil, mesmo sem provas concretas. Desse modo, a comunidade pode fazer denúncias ao Conselho Tutelar, pelo Disque 100, na Delegacia de Polícia ou diretamente ao Ministério Público.
É responsabilidade de todos nós. Mesmo que não seja com nosso filho, é com uma criança que precisa ser protegida
destacou.
Rede de proteção e ações de conscientização
A rede formada pela Secretaria de Saúde, Secretaria de Educação, Secretaria de Assistência Social, CRAS, CREAS, Conselho Tutelar e CMDCA articula a campanha Maio Laranja em Ituporanga. Em 2024, as ações incluíram caminhada com alunos, atividades educativas com bonecos que explicam o toque bom e o toque ruim, e participações em rádios locais para ampliar o alcance da mensagem.
O papel do CMDCA em Ituporanga para o combate à violência sexual infantil
O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente atua na formulação de políticas públicas. Além disso, fiscaliza as entidades que trabalham com o público infantojuvenil. Também é responsável por repassar recursos públicos a organizações não governamentais, organizar eleições do Conselho Tutelar e promover ações de conscientização ao longo do ano.
Ouvir e acolher são atitudes fundamentais
Elionar, por fim, reforçou que a escuta ativa e o acolhimento por parte da família são essenciais.
Infelizmente, muitas crianças tentam contar e não são ouvidas. Quando há acolhimento, esse sofrimento é amenizado. Não podemos ignorar os sinais. Precisamos ouvir e tomar providências
concluiu.