Em projeto preventivo, estudantes de Ibirama relatam abusos
Iniciativa contabiliza dez revelações espontâneas nas cidades atendidas pelo projeto

Desde o início do mês, alunos, pais, professores e profissionais da Escola de Educação Básica Eliseu Guilherme, em Ibirama, participam de um projeto de prevenção ao abuso, exploração e importunação sexual de adolescentes. A ação é realizada pela Associação Educacional de Formação Intercultural Cidadão, Olakunde.
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De acordo com a responsável técnica do projeto, professora Shirlei Fabiana Silva, a iniciativa aborda temáticas relevantes para todas as pessoas que convivem no ambiente escolar.
“Atuamos nas escolas dando formação continuada para todos os profissionais da escola, porque, entendemos que todos eles são agentes de transformação. Ou seja, a denúncia pode chegar a qualquer momento para merendeira, professor, diretor, serviços gerais. Todos têm que estar preparados para fazer o acolhimento e encaminhamentos necessários. A gente oferta palestra para os pais e responsável, para que eles também entendam a temática e fiquem de olho nos seus filhos, principalmente, nas questões da internet. A gente oferta oficinas preventivas de conscientização onde explicamos como se proteger, denunciar, o que é importunação, exploração, abuso sexual, entre outras”, comenta.
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Importância da iniciativa
A professora explica que o projeto começou em Ibirama, mas já está sendo implementado em outras cidades do estado, como Indaial, Blumenau e Gaspar. Além disso, ela destaca que os índices de abuso, exploração e importunação sexual em Santa Catarina são elevados. Enfatizando assim, a importância de iniciativas voltadas para esse tema.
“Eu sempre estou sinalizando com todos os órgãos competentes que o abuso sexual é a nova pandemia, principalmente Santa Catarina. 85% dos casos acontecem no grupo familiar, 40% é pai e padrasto, orque, são pessoas que cometem o abuso sexual. E é importante a gente também dizer cada 45 minutos uma criança é abusada sexualmente Santa Catarina”, conta.
Por fim, Shirlei detalha que, durante a execução do projeto, pelo menos dez estudantes relatam que passaram ou estão passando por algum tipo de abuso sexual.
“A gente tem uma média de dez revelações espontâneas, nenhuma revelação espontânea, já apliquei em seis municípios, foi de pessoas estranhas. Já tive um caso de um pastor que abusava de uma criança de cinco anos na igreja. Casos de pai que abusava da filha e após a nossa oficina ela tomou coragem e falou para mãe. Agora, eu já tive casos de pai que violentam a filha a PCD e a menina engravidou. Um caso, bem recente, o avô ia passear com as netas, do quarto e quinto ano, chegava na metade do passeio ele tirava o seu órgão reprodutor e ficava esfregando nas meninas”, finaliza.