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06 de outubro de 2024 Rio do Sul
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Dois condenados por latrocínio e ocultação de cadáver têm pena aumentada pelo TJSC


Por Cristiane Faustino Publicado 03/10/2023 às 10h08

Dois réus que foram condenados por latrocínio, ocultação de cadáver e corrupção de menores, tiveram a sentença alterada após um recurso de apelação criminal da 3ª Promotoria de Justiça de Rio do Sul. As penas foram aumentadas considerando as circunstâncias judiciais da culpabilidade. E também as consequências negativas do crime, bem como as agravantes dos delitos, corrupção de menores, a personalidade e conduta social dos criminosos.

Ao rever o cálculo da sentença de primeiro grau, a 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) determinou a apelação. Os acusados, em 17 de julho de 2022, agrediram e esfaquearam a vítima e lançaram o corpo na Serra do Tucano, entre Rio do Sul e Presidente Getúlio, para roubar o carro dele. 

Os dois foram condenados em quatro de maio de 2023 a 25 anos e quatro meses de reclusão em regime fechado. Acontece que, em oito de maio, a Promotora de Justiça Lanna Gabriela Bruning Simoni entrou com um recurso de apelação criminal para que os condenados tivessem a pena alterada. Na reforma da sentença, Guilherme Yuri Pommering passa a cumprir pena de 31 anos e quatro meses. Pedro David da Cunha, 32 anos e sete meses de reclusão, ambos em regime fechado. 

Relembre o caso

No dia 17 de julho de 2022, Pedro e a vítima, Tomas Luis Batista, que eram amigos, saíram do local conhecido como Trevo, no bairro Boa Vista, a bordo de um carro. Assim, trinta minutos depois, eles voltaram ao local de onde partiram e Guilherme e os adolescentes embarcaram no veículo, onde passaram a agredir Tomas. Pedro já havia ajustado com Guilherme e os dois adolescentes para roubar o carro que a vítima conduzia.

Logo em seguida, Guilherme, deficiente visual, solicitou que os demais ocupantes do veículo indicassem onde era o abdômen da vítima para golpeá-lo. Oportunidade em que desferiu golpes de faca. Após isso, eles saíram do local com o carro que pertencia ao pai da vítima na intenção de ocultar o cadáver.

Ao analisar a manifestação de Guilherme, que se disse arrependido pelo crime. O Desembargador Relator da decisão discorreu que  “atribuir a responsabilidade dos acontecimentos às ‘más companhias’, ou ao fato de ‘estar no local errado na hora errada’  não afasta de si as consequências penais do crime cometido. Até porque à vítima não foi outorgada uma segunda chance de viver”.

O recurso foi parcialmente provido pelo TJSC, que acolheu os argumentos do MPSC para manter a negativação das consequências do crime. Também considerar desfavoráveis a culpabilidade e as circunstâncias do crime de latrocínio, bem como reconheceu a presença das agravantes da “traição, dissimulação ou emboscada” e “meio insidioso ou cruel”. Também foi elevada a pena do crime de corrupção de menores, pois reconhecida a causa de aumento referente à corrupção ser voltada ao cometimento de crime hediondo. Por fim, a pena de Pedro foi elevada em razão da reincidência. 

Corpo foi encontrado 19 dias após o crime

O corpo foi lançado em uma área isolada da Serra do Tucano. O cadáver de Tomas só foi encontrado no dia 31 de agosto, 19 dias após o crime, já em avançado estado de decomposição. “Não é demais pensar que a vítima deve ter passado seus últimos instantes de vida sozinha, precipitada no abismo em que a haviam lançado. Experimentando, por certo, sofrimento demasiado e intenso, sem perspectiva de ser resgatado, somente sendo encontrado dias depois”, observa o Desembargador Relator.

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