Após 23 dias, corpos de mãe e filhos, mortos em Presidente Getúlio, são liberados para sepultamento
A cerimônia de despedida ocorre neste sábado (21), das 12h às 16h, na Capela Mortuária de Witmarsum
No dia 27 de agosto deste ano, o crime brutal que tirou a vida de Edinéia Telles, de 34 anos, e dos filhos, Lyan, de 2, e Luan, de 4 anos, chocou a região do Vale Norte. Logo após o desaparecimento das três vítimas em Presidente Getúlio, familiares e amigos realizaram buscas na esperança de encontrá-las com vida.
No dia 29, dois dias após o desaparecimento, as autoridades localizaram os corpos de mãe e filhos em uma ribanceira em Ibirama. Os corpos estavam carbonizados dentro de um veículo. Desde então, a dor da espera pela liberação dos corpos se tornou um fardo para todos.
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Exame de DNA: um passo para a despedida
Após 23 dias de sofrimento, a família recebeu, nesta sexta-feira (20), a notícia de que o exame de DNA saiu.
O exame era essencial para a liberação dos corpos, conforme explica o advogado e assistente de acusação, Giovane Fernando Medeiros.
A família aguardava, com muito sofrimento, uma espera que parecia eterna, desde o dia 29 de agosto, pela liberação dos corpos. Hoje veio a informação para a família de que foi realizado o exame de DNA, que era o documento que faltava para essa liberação e para que fossem emitidos os documentos e a liberação dos corpos.
detalhou o advogado e assistente de acusação, Giovane Fernando Medeiros.
Cerimônia de despedida
A cerimônia de despedida das vítimas será realizada neste sábado (21), das 12h às 16h, na Casa Mortuária de Witmarsum.
“A família, a partir do conhecimento da possibilidade da liberação dos corpos, providenciou uma cerimônia de despedida para as vítimas e é muito bom ver que a família poderá ter essa oportunidade de se despedir dos seus tão amados familiares que foram vítimas desse crime na cidade de Presidente Getúlio”
comentou o advogado.
Busca por justiça e verdade
No âmbito jurídico, a acusação segue trabalhando no caso, acompanhando todos os atos processuais. A família e os envolvidos no processo acreditam que a verdade será estabelecida ao final, e a Justiça será feita.
O Ministério Público apresentou a denúncia contra os acusados, no dia 13 de setembro, e estamos atuando como assistentes de acusação nesse processo, observando aquilo que há dentro da norma jurídica, buscando auxiliar e assistir, acompanhar, todos os atos processuais. Seguimos à disposição para aquilo que for necessário pela busca da Justiça e pela busca da verdade, que não há dúvidas, será concretizado ao final desse processo. Não há uma previsão para se disciplinar ou audiência e instrução de julgamento, mas os passos estão sendo dados.
concluiu Giovane Fernando Medeiros.
Relembre o caso
As autoridades localizaram o ex-companheiro de Edinéia, Gilson Haskel, principal suspeito, após ele trocar de veículo com o irmão durante uma abordagem no Paraná.
Além disso, na residência do homem, a polícia encontrou um revólver e vestígios de sangue, fortalecendo a suspeita de feminicídio.
Logo após, as autoridades policiais também prenderam o irmão do suspeito, que ajudou a esconder a arma usada no crime.
O delegado André Amarante, responsável pela investigação, emitiu um alerta no sistema de segurança pública.
“A informação que obtivemos indicava que o veículo já estava no estado do Paraná. O que, então, motivou o contato imediato com as forças de segurança daquele estado, que conseguiram realizar a abordagem do suspeito. Além disso, a Polícia Militar de Ibirama estava comunicada sobre o veículo da vítima e possivelmente dos corpos, que, infelizmente, estavam carbonizados. O suspeito teria ateado fogo no veículo com os corpos dentro, na tentativa de ocultar e destruir as evidências e assegurar sua impunidade”.
disse o delegado André Amarante.
Irmão do acusado confessa ter ajudado no crime
Durante o interrogatório, o irmão de Gilson confessou que ajudou a transportar os corpos. Ele afirmou que, além disso, levaram os corpos até o local onde os incendiaram em 27 de agosto, data do desaparecimento de Edinéia e das crianças.
“Ele chamou o irmão até a residência e, ao chegar, constatou que os corpos ainda estavam no local. Então, pediu que ele ajudasse a colocar os corpos das vítimas no veículo e os transportasse até o local onde foram incendiados. Além disso, ficou claro que ele prestou outros auxílios, como o transporte de uma das armas utilizadas no crime, escondendo-a em sua propriedade rural”
complementou o delegado.
Posteriormente, com base nas evidências, a Polícia Civil pediu a prisão preventiva de Gilson e de seu irmão. Portanto, os dois são acusados de matar a mãe e os filhos e ocultar os corpos.
Ouça a reportagem completa: