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14 de dezembro de 2024 Rio do Sul
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Com a busca das indústrias por matéria-prima em outras regiões do Estado, Programa Refloresta Alto Vale incentiva o plantio de eucaliptos e pinus na região


Por Cristiane Faustino Publicado 08/09/2023 às 16h48 Atualizado 13/09/2023 às 09h16
Foto: JL Studio Audiovisual

Foto: JL Studio Audiovisual

 

Com a abundância da matéria-prima na década de 30, e com a escassez em 1960, Programa Refloresta Alto Vale, criado há mais de um ano, incentiva produtores ao plantio de eucaliptos e pinus na região. O Alto Vale, atualmente consome mais de 160 mil toneladas/mês, porém a expectativa para os próximos 10 anos é de incremento de mais de 250 mil toneladas/mês.

Quem entra no Museu Histórico, que fica na área central de Rio do Sul, volta no tempo, ao caminhar pelo assoalho e encontrar uma exposição do período de colonização. Nela, visitantes e pesquisadores podem visualizar na TV, instalada no local, e no acervo on-line, fotografias e madeiras comercializadas na década de 50 e que hoje, já não existem mais. A implantação de serrarias também foi um marco importante para o período, com mais de 30 empresas instaladas na Capital do Alto Vale.

Na década de 30, as madeiras eram transportadas pelo rio, até a chegada da Estrada de Ferro. O grande impulso no desenvolvimento de Rio do Sul, de acordo com a diretora do Departamento de Patrimônio Histórico e Museológico, Cátia Dagnoni, se deu no ano de 1920, porque não existiam as leis ambientais o que facilitava a extração e a fixação das serrarias na região, com a extração e comercialização da madeira para outras regiões do Estado. “Os governantes começam a ver a possibilidade da emancipação devido à economia que estava bastante adiantada aqui na nossa região e um dos fatores é principalmente a madeira e a agricultura. Com a chegada da estrada de ferro, facilitava todo o escoamento da madeira, que anteriormente era feito com animais através do rio”, conta.

Com o passar dos anos, na década de 60, a madeira que antes se tinha em abundância, com a comercialização para outros locais, ficou escassa. Para sanar a falta de matéria-prima para as indústrias e, ao mesmo tempo, gerar renda extra às propriedades, fazendo com que esse dinheiro fique na região, foi criado no dia 14 de julho de 2022, o Programa Refloresta Alto Vale.

Com um consumo de 84% em pinus, que equivale há um pouco mais de 160 mil toneladas/mês, a região é considerada a segunda maior processadora da espécie no Estado de Santa Catarina e projeta um incremento de mais de 250 mil toneladas/mês, nos próximos 10 anos. No entanto, a criação do Refloresta Alto Vale se deu devido ao descompasso da produção florestal em relação ao consumo das indústrias, isso porque a região é rica em florestas de eucaliptos.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Madeira do Médio e Alto Vale (Sindimade), Ricardo Rozene Rossini, comenta que a dor dos empresários associados, com a exportação de madeira in natura, motivou a criação do programa, que incentiva as pessoas ao plantio de florestas adequadas ao consumo regional e à demanda existente. “Nós temos aqui um mar de eucaliptos que praticamente não tem uso e temos a necessidade muito grande de pinus. Hoje a indústria madeireira vem até os produtores rurais e investidores para mostrar quais madeiras que se consomem, como deve ser feito o plantio e também nos apresentamos dentro do programa, um mercado consumidor forte na nossa região”, ressalta.

Atualmente, o Grupo Sindimade conta com mais de 50 empresas no Programa Refloresta Alto Vale, com extensão de associados no Baixo Vale, parte da Serra Catarinense e no Vale Norte. O tempo médio para o consumo da madeira varia de 15 a 25 anos, dependendo da espécie que será comercializada. Os associados que não possuem florestas próprias, precisam percorrer cerca de 300 a 1000 Km, ida e volta com o caminhão para buscar a matéria-prima, chegando muitas vezes, até a divisa com o Estado do Rio Grande do Sul. Como é o caso de Renê Rocha, proprietário da RF Madeira Ltda, localizada em Presidente Getúlio, com uma área de plantio de 50 hectares de pinus e eucaliptos que são insuficientes para o manter o consumo. Entre as dificuldades apontadas por Rocha, estão o deslocamento a outros Estados e os altos custos com o frete. “As despesas ficam entre 15% a 25%. Um exemplo é que aqui pode ter sol e na serra está chovendo, chegando lá, não carrega, o caminhão pernoita lá, espera melhorar o tempo. Tudo isso influencia para a gente”, conta.

O presidente do Sindimade, destaca a importância da produção local da madeira no Alto Vale, que, diminui o custo e valoriza a venda para o agricultor, tornando a região mais rica. “Independente do tamanho da floresta que você fizer, ela será um excelente negócio, dado a esse crescimento que reflete o consumo de madeira em nível mundial. Se pensar em sustentabilidade, nada é mais sustentável que madeiras vindas de reflorestamento. Principalmente a oportunidade que os produtores rurais têm de trabalhar e investir, porque existe um consumo certo”, finaliza.

Reportagem em áudio: Com a busca das indústrias por matéria-prima em outras regiões do Estado, Programa Refloresta Alto Vale incentiva o plantio de eucaliptos e pinus na região
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