Apremavi lança guia de coleta de sementes para restauração da Mata Atlântica
72% da população brasileira vive em áreas de Mata Atlântica. Por isso, a Apremavi se preocupa com a preservação de áreas nativas.
A Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida, Apremavi, sediada em Atalanta, lança uma cartilha chamada “Guia de coleta de sementes nativas da Mata Atlântica”.
A iniciativa surgiu a partir da falta de sementes nativas para apoiar a restauração ecológica da mata nativa, que abrange a região sul até parte do sudeste brasileiro.
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Quem pode ser um coletor de sementes?
Atualmente, um grupo de agricultores do município de Abelardo Luz, em Santa Catarina, são os principais responsáveis pela coleta de sementes. Apesar disso, ao longo da história da Apremavi, há registros de agricultores do Alto Vale que também fazem coletas, mas que não participam da rede oficialmente.
De acordo com a associação, um estudo quer integrar os públicos de todo o estado na iniciativa. Qualquer pessoa interessada em contribuir com a restauração de florestas pode entrar em contato com a Apremavi para entender qual a demanda pré-definida e adquirir as sementes.
O projeto atende a demanda do Viveiro Jardim das Florestas, da própria Apremavi, que fica em Atalanta.
O que o Guia apresenta?
Na cartilha “Guia de coleta de sementes nativas da Mata Atlântica”, disponibilizada pela Apremavi, encontram-se informações históricas sobre a mata, sobre a rede de coletores e também a parte prática das ações.
No material, é possível saber o passo a passo desde a identificação das espécies até o momento ideal de limpeza, como limpar corretamente, secar e armazenar.
Atualmente, 72% da população brasileira vive em áreas de Mata Atlântica e a qualidade de vida dessa população depende da restauração das áreas alteradas ou degradadas. Além disso, a conservação da mata é mais um dos objetivos da Apremavi.
O guia responde perguntas como:
- De quais espécies de árvores deve-se coletar sementes;
- Em que época do ano se encontra cada tipo de semente;
- Quando é o ponto ideal para a coleta;
- Quais materiais e equipamentos necessários;
- Como separar a semente do fruto;
- Como secar e armazenar as coletas.
Preocupada com a segurança dos coletores, a Apremavi apresenta ideias para evitar acidentes e imprevistos.
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Guabiroba, Cedro, Peroba e Ingá-Macaco
São quatro exemplos citados no texto do Guia, para demonstrar que há várias formas de coleta: do chão, com auxílio de podão, utilizando escalada e com uso de coberturas no solo, embaixo das árvores.
No caso da coleta da Guabiroba, por exemplo, a árvore pode atingir um grande porte, mas os frutos caem espontaneamente. Dessa forma, uma lona no chão, onde os frutos caem, ou balançar a árvore, pode garantir a coleta de milhares de sementes.
Outra forma de coleta de sementes é como no Cedro, que é uma árvore alta quando adulta. Assim que o processo de frutificação inicia, os frutos abrem para liberar as sementes aladas, dispersas pelo vento. No Cedro, é preciso escada, equipamento de escalada ou um podão de corte de galhos, já que a coleta precisa ser feita diretamente na árvore
A Peroba tem frutos que se abrem e se dispersam pelo vento. Nesse caso, as sementes podem ser coletadas diretamente do chão.
Por fim, o Ingá-Macaco produz um fruto que não abre e não cai espontaneamente. Assim, é preciso do auxílio de um podão com cabo comprido para fazer a retirada dos frutos.
Ao todo, são mais de 70 espécies que podem ser coletadas, divididas em grupos, com formas diferentes de secagem e armazenamento. Para saber mais, clique aqui.
Conheça a Apremavi
A Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida, ou simplesmente Apremavi, é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, sem fins lucrativos, criada em 09 de julho de 1987.
A sede fica em Atalanta, em um amplo e bem estruturado Centro Ambiental localizado junto a um Viveiro de mudas de árvores nativas da Mata Atlântica.
Ao mesmo tempo, em que se mantém ativista frente às catástrofes socioambientais em curso, a Apremavi coloca a mão na massa mostrando que existem maneiras de proteger e utilizar os recursos naturais de forma sustentável.
Ao longo de sua trajetória, a Apremavi mobilizou grande esforço pelo aprimoramento das políticas públicas ambientais, pela criação de unidades de conservação públicas e particulares, em ações de capacitação e educação ambiental, além de atuar diariamente na restauração e recuperação de áreas degradadas, tendo ajudado a plantar mais de 10,5 milhões de árvores nativas.
Conta hoje com mais de 40 profissionais remunerados e voluntários trabalhando em projetos vinculados a seis áreas temáticas, em Santa Catarina e no Paraná.